Amigos realizou-se em Brasília de 23 a 26 de junho o IV campeonato brasileiro de RG65, participaram as 7 flotilhas nacionais.O evento foi realizado no Clube Naval, as margens do lago Paranoá, no lado sul, relativamente próximo à ponte JK.
O local
O clube possui excelente estrutura para sediar tais eventos, conta com vários restaurantes, salões e piers, não possui obstáculos a passagem do vento, quando ele vem de nordeste/leste/sul, que são os ventos predominantes no local, a organização disponibilizou várias tendas para os competidores e local para guarda dos veleiros.
A raia
A raia foi montada em um espaço de aproximadamente 1000 m2 as margens do Paranoá, com várias bóias colocadas possibilitando diversas configurações de regatas triangulares ou barla-sota.
O vento compareceu ao evento, embora não ficou acima de 8 nós em nenhum momento, e parando em outros, voltando em seguida, a maneira de rajadas longas e contínuas, como a profundidade da raia aparentemente era rasa, tivemos bastantes ondas e marolas, ora causadas pelo vento ora pelas embarcações que passavam à jusante do local das provas.
A água estava cheia de água-pés o que prejudicou um pouco os resultados, em todas as regatas houve quem engatasse nelas colocando a sorte como mais uma variável na disputa!
Os barcos
Estavam lá presentes os últimos projetos nacionais, vou me deter um pouco mais neles.
Little Best, os sempre competitivos LB estavam presentes em menor número nessa edição, um desenho consagrado pelo amigo Paulo Stier, vi poucas variações nele, basicamente quilha fixa ou retrátil e com vários tipos de fabricantes de velas, é um projeto antigo mas em mãos habilidosas ainda é eficiente em qualquer condição de vento, os fabricados ultra finos são os melhores e mais velozes, mas são caros e o Paulo não vende, reparem que os que andam mais (Bercht, Nicaretta...) são dessa versão!
Mutante III, grande projeto do amigo Rezende do rio, os mutantes são muitíssimo bem construídos e bonitos, é o projeto do offset alemão que vem sendo evoluído e desenvolvido por vários velejadores da Barravela, e me parece um barco bem competente com projeto mais direcionado pra ventos mais fortes e contínuos, possui boa velocidade final e equilíbrio, achei que perde um pouco em retomada devido a área molhada.
Rogue, projeto do inglês Graham Bantock, é um belo barco, e seu desempenho cresce á medida que o vento fica forte, é muitíssimo equilibrado e um pouco diplomático nos bordos, demorando um pouco mais pra engatar no vento.
Hauraki, projeto do paulista Lang, é um dos melhores barcos do mundo, e possui um leque de grandes qualidades, grande velocidade final, boa retomada e excelente manobrabilidade, percebi no seu projeto, extrema leveza estrutural, baixo coeficiente de arrasto aéreo, pouca área molhada e uma vela inovadora que diminui a resistência induzida e o coeficiente de arrasto adotando um mastro cônico, anda bem na orça, é ótimo na popa e parece ser um barco all around como o little best.
Vad65 II, do amigo Vadalá, me parece a versão pra vento mais forte do vad65, muito leve estruturalmente, possui conjunto hidrodinâmico bem dimensionado e vante avantajada, possui uma excelente velocidade final e grande orça e equilíbrio, ressalta o inusitado posicionamento das superfícies de controle e velico bem a frente do atualmente convencional, esse barco com vento ganhou campeonato brasileiro e andou muito.
Agustin Moreno, do argentino homônimo, é um barco muito bem feito e acredito ser o mais leve dentre todos os presentes, com bulbo próximo de 500g acelera muito bem e tem uma ótima manobrabilidade, seu ponto forte é a leveza e seu desempenho cresce com a diminuição do vento, foi o único barco com velas convencionais no brasileiro, quanto o vento caiu ele andou muito bem.
Sea Spirit, nosso barco nomeado pelo Afranio, mostrou que evoluiu e apresentou boas características como, leveza, baixo arrasto aéreo e hídrico, boa retomada, boa velocidade final e muito manobrável, é um projeto que nasceu pra vento fraco e depois foi sendo transformado pra all around, mas que precisa ser testado em vento forte, precisa melhorar a vela e o mastro pra andar com os barcos top, e a rigidez estrutural comparada a outros barcos sugere uma redução forte no peso ainda maior, o equilíbrio está mediano, mas o projeto mostrou maturidade.
Stinger, excelente barco do catarinense Pedro Stier, levou de legado todas as boas características do LB e uma a mais a grande aceleração e retomada, sua orça é a melhor, fechada e rápida, tem excelente seguimento, notei baixíssimo peso, eletrônica customizada e perfis hidrodinâmicos finíssimos, me parece ser um barco all around, no vento forte deve embicar pouco, na minha opinião essa característica de andar bem com e sem vento faz dele o melhor barco do mundo! Existem 2 modelos um com materiais mais convencionais e comerciais e os regateiros que são feitos de carbono e customizados.
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